'ua: O Fracasso Versão para impressão

   A despeito dos avisos e da urgência posta nas palavras, o fórum de 2009 produziu fracos resultados. Para Fernando Campos, vice-presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), “desde o fórum do México (2006) até este, a evolução foi muito pouco significativa, grande parte das conclusões acabam por não ter qualquer consequência.” Num tom ainda mais cáustico, F. Campos acrescenta que as metas para o desenvolvimento traçadas pela ONU para 2015 (mais conhecidas por “Objectivos do Milénio”), “estão vergonhosamente por cumprir.”

  Outros observadores, chegam mesmo a pôr em causa a “bondade” destas iniciativas, pois que na realidade o que está a acontecer é a disputa por um negócio colossal que envolve biliões de euros. Segundo estes, o que está verdadeiramente em causa é o problema de se saber até que ponto a gestão da água pode scartaˍzaragozaˍversionˍfinalˍespanolˍ1.jpger confiada exclusivamente a entidades privadas. Ora, esperava-se que a resposta viesse do “Pacto de Istambul sobre a Água”, em que os países deveriam reconhecer juridicamente o acesso à água como um direito humano fundamental, na linha do que já se havia delineado na Carta de Saragoça, subscrita em 2008. Mas esse esclarecimento não foi feito, pelo contrário, à parte algumas recomendações muito vagas e consensuais, o que parece ter saído reforçada foi a vertente comercial de um bem único e insubstituível.

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  Realizada em Istambul, a quinta edição do Fórum Mundial da Água teve metas nobres, mas não foi isenta de críticas: Entre as mais contundentes estão aquelas que acusam os organizadores de servir apenas interesses privados e não tanto o interesse das populações. A América Latina é uma das regiões do globo em que este problema é já real.