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29 de Março de 2024
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Biocombustíveis – Uma Equação Negativa

 Uma das contradições dos chamados “Biocombustíveis” é o agravar dos problemas que, à partida, pretenderia combater. Joe Fargione, investigador da Nature Conservancy , afirmabiocombustivelˍ2 que, se por um lado tentamos limitar o aquecimento do planeta, por outro, contribuímos para o seu aumento ao apostar na produção massiva de biocombustíveis. Pois que todos os biocarburantes actualmente produzidos e utilizados obrigam a uma destruição de superfícies naturais para dar lugar a culturas dedicadas aos biocombustíveis. Ora, este facto induz à libertação de maiores quantidades de CO2 para a atmosfera do que aquelas que se poupam relativamente à substituição dos combustíveis fósseis por biocombustíveis.

Isto acontece por duas razões: Uma directa e outra indirecta. O primeiro caso explica-se pelas queimadas de vastas extensões de superfícies naturais arborizadas, para posterior cultivo de milho, cana-de-açúcar, colza ou palmeiras, que libertam toneladas e toneladas de CO2 retido nas árvores. E indirbiocombustiveisˍ1ectamente, perde-se em grau de eficácia, na retenção do CO2, uma vez que as culturas de substituição são muito menos eficazes, sob esse ponto de vista, do que as árvores.

Dito de outro modo, o CO2 que irá para a atmosfera com origem na destruição das florestas, savanas, etc., convertidas em terrenos de cultura, ultrapassa o volume de CO2 não emitido graças à utilização dos biocombustíveis.

 Segundo a revista Science , a conversão de terrenos naturais para a produção de etanol (milho e cana-de-açúcar) e biodiesel (soja principalmente), traduzem-se em emissões de dióxido de carbono 17 a 400 vezes maiores do que a redução conseguida pela substituição. Por exemplo, na Indonésia e Singapura, onde houve muita conversão de turfeiras para a produção de óleo de palma, seriam necessários aproximadamente 400 anos para que a produção de biocombustíveis tivesse uma contribuição positiva na redução de emissão de CO2.

 Para além disto, como esclarece Joe Fargione, “a agricultura mundial produz já alimentos para seis mil milhões de seres humanos e ao aumentar a produção de biocombustíveis forçará à conversão de mais superfície natural para as culturas”, o que nos leva a um outro problema: o da inflação dos preços dos produtos alimentares e o do perigo da sua escassez.

Biocombustíveis – O Preço dos Alimentos

 Em 2007 o preço do trigo passou de 200 dólares a tonelada em Maio para 400 em Setembro, o dobro da média dos últimos 25 anos. O milho acabou o ano a situar-se nos 50% acima da média em 2006. Más colheitas devido a intempéries, inundações de colheitas numas partes do globo e seca noutras partes, baixos “stoks” e a procura crescente devido ao efeito dos biocombustíveis, tudo contribuiu para que os preços disparassem e a escassez começasse a ameaçar alguns países menos preparados.biocombustivel-alimento-1

   Não por acaso, a revista Americana “The Economist”, chamava a atenção para o facto de os preços dos alimentos terem atingido o valor mais elevado desde 1845, ano em que começou a ser calculado. Segundo esta revista, para as populações mais pobres esta rápida subida dos preços dos cereais, criada em grande medida pela corrida à produção de biocombustíveis, pode vir a revelar-se catastrófica.

 Outro dado importante a acrescentar nesta equação está na China e na Índia, onde parte da população começa a ver o seu nível de vida melhorado, permitindo-lhes luxos antes longínquos como a carne. Este consumo crescente e agora mais alargado, pois que também ocorre noutros países em vias de desenvolvimento, exige cada vez mais a produção de rações animais, feitas à base de cereais.

 Contudo, para Abdolreza Abbassian, economista da FAO (organização das nações unidas para a alimentação e agricultura), a situação ainda não é alarmante. Segundo este economista, acontece que as comparações de preços se referem a duas décadas em que os cereais estavam muito baratos. Deste modo, os preços estão a subir mas não para níveis insuportáveis porque estão a fazê-lo a partir de uma base muito baixa. Por outro lado, o aumento dos preços dos cereais, em termos reais, corrigindo a inflação, não é, por enquanto, muito significativo. O problema está no possível agravamento de alguns indicadores, tais como uma aceleração no aumento da procura, quer por via dos biocombustíveis, quer por via das melhorias das condições de vida nos países em vias de desenvolvimento; e também na forma como evoluirá o comportamento dos fenómenos atmosféricos – este último muito pouco controlável.

  biocombustiveisˍpreçoˍalimentosIronicamente, o avanço que representa a redução da dependência do petróleo pode trazer problemas sérios de fome em várias zonas do globo, bastando para isso, por exemplo, que o ano de 2008 seja igualmente fustigado por intempéries ou pela obstinação de certos fenómenos atmosféricos, muitos deles causados pelo aumento da temperatura global que, por sua vez, tem origem, sobretudo, no aumento da concentração de CO2 na atmosfera.

 Parece pois, que estamos perante um ciclo vicioso de difícil rompimento, o qual exige medidas concertadas a nível planetário, assim como uma não menos difícil mas urgente alteração no actual paradigma de desenvolvimento.

 

Fontes:
FAO
The Economist
Jornal Expresso (16/Fev/08)

 

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